Dona Maria abriu as portas da casa nesta manhã para mostrar a realidade de quem tem pouco. A casa de poucos cômodos tem goteiras espalhadas, a alternativa foi improvisar uma “cabana” com lona e cobertores em volta da única cama, a mesma que abrigou os quatro netos. Foi necessário dormir junto, na tentativa de se esquentar.
“Não dormi essa noite, fico cuidado e protegendo [netos] enquanto chovia. Teve dia que dormimos segurando um guarda-chuva. Fiz uma cabana com as cobertas para não molhar e sentir o vento gelado. Ganhei umas cobertas, mas elas molham tudo com a chuva”, disse a idosa de 67 anos.
Entre as vielas a água acumulava, a falta de escoamento deixa o trieiro barroso, escorregadio. Dona Maria fala que é necessário usar sacolinha nos pés para chegar ao destino. Ela reforça que outras casas teriam o acesso dificultado pelo barro e acumulo de água. “Minha casa não está entre as piores”.
Cerca de 200 famílias vivem na comunidade. Gleidiana relata que o frio nunca é opção aproveitável e aconchegante para os carentes. Ter o barraco sem goteira ou frestas para entrada do vento é considerado luxo por ali.
“Moro com meus três filhos há quatro anos aqui. Noite passada estava muito frio. Fiquei pedalando na cama a noite toda, mas não esquentei. Ganhamos cobertores e agasalhos, mas não dá para conservar, é difícil porque a casa molha. A água destrói os móveis, os agasalhos. O vento entra e não tem coberta que aquece.
Wellington Luis Alves, de 41 anos, explica que a maioria dos barracos são construídos com pedaços de madeiras, pedaços de telha, um pouco aqui e ali, o que deixa frestas para entrada da água e vento. “Não esperava toda essa chuva, vou ter que comprar uma lona”.
Para quem quiser enviar doações para comunidade, basta entrar em contato com Greiciele pelo (67) 99546-7696 ou com Marcia no (67) 99205-5047.