Famílias dormem juntas em uma cama para vencer frio e chuva em favelas de Campo Grande

Viela com água acumulada

Maior parte dos barracos possuem telhas quebras e chuva alaga abrigos improvisados

“Frio é bom para quem tem condições de aproveitar”, a frase dita por Gleidiana dos Santos, de 50 anos, moradora da favela Mandela, ecoa aos admiradores de temperaturas mais baixas. Afinal, para quem não tem como se aquecer, a frente fria não é nada confortável. A chuva que não deu trégua em Campo Grande, nesta quarta-feira (14), castigou comunidades carentes, erguidas de forma improvisada com telhas e lonas.

Dona Maria abriu as portas da casa nesta manhã para mostrar a realidade de quem tem pouco. A casa de poucos cômodos tem goteiras espalhadas, a alternativa foi improvisar uma “cabana” com lona e cobertores em volta da única cama, a mesma que abrigou os quatro netos. Foi necessário dormir junto, na tentativa de se esquentar.

“Não dormi essa noite, fico cuidado e protegendo [netos] enquanto chovia. Teve dia que dormimos segurando um guarda-chuva. Fiz uma cabana com as cobertas para não molhar e sentir o vento gelado. Ganhei umas cobertas, mas elas molham tudo com a chuva”, disse a idosa de 67 anos.

Cobertor molhado 

Entre as vielas a água acumulava, a falta de escoamento deixa o trieiro barroso, escorregadio. Dona Maria fala que é necessário usar sacolinha nos pés para chegar ao destino. Ela reforça que outras casas teriam o acesso dificultado pelo barro e acumulo de água. “Minha casa não está entre as piores”.

Cerca de 200 famílias vivem na comunidade. Gleidiana relata que o frio nunca é opção aproveitável e aconchegante para os carentes. Ter o barraco sem goteira ou frestas para entrada do vento é considerado luxo por ali.

Moradores buscam alternativas para amenizar o frio 

“Moro com meus três filhos há quatro anos aqui. Noite passada estava muito frio. Fiquei pedalando na cama a noite toda, mas não esquentei. Ganhamos cobertores e agasalhos, mas não dá para conservar, é difícil porque a casa molha. A água destrói os móveis, os agasalhos. O vento entra e não tem coberta que aquece.

Wellington Luis Alves, de 41 anos, explica que a maioria dos barracos são construídos com pedaços de madeiras, pedaços de telha, um pouco aqui e ali, o que deixa frestas para entrada da água e vento. “Não esperava toda essa chuva, vou ter que comprar uma lona”.

Para quem quiser enviar doações para comunidade, basta entrar em contato com Greiciele pelo (67) 99546-7696 ou com Marcia no (67) 99205-5047.

Por:Itanoticiasms.com

Credito:Midiamax

 (Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax)

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